segunda-feira, 25 de maio de 2009

Roseana Sarney marca para 4 de junho cirurgia para retirar aneurisma cerebral


A então governadora Roseana Sarney (PMDB).

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), marcou para o próximo dia 4 de junho a cirurgia a que será submetida para retirar um aneurisma cerebral. O procedimento será realizado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, e será comandado pela equipe do neurocirurgião Evandro Oliveira.

Segundo a assessoria da governo, Roseana deverá ser internada dois dias antes da cirurgia para realizar os exames pré-operatórios.
A previsão é que a governadora fique afastada de suas atividades por cerca de 25 dias. Durante a licença de Roseana, o vice-governador João Alberto (PMDB) assumirá o comando do Estado.
Roseana assumiu o governo do Maranhão no último 17 de abril
por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que cassou o mandato do então governador Jackson Lago (PDT). A cirurgia da governadora já estava programada desde antes da decisão do TSE.

ONU diz que teste nuclear violou resoluções do Conselho de Segurança

O teste nuclear subterrâneo anunciado nesta segunda-feira pela Coreia do Norte é uma violação às resoluções do Conselho de Segurança da ONU, afirmou hoje o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Esta é a primeira vez que a ONU se pronuncia sobre a violação da Coreia do Norte desde o início da escalada da tensão regional, com o teste de um míssil de longo alcance no último dia 5 de abril.

"É uma grave e clara violação de resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU", ressaltou nesta segunda-feira Ban, através de uma declaração divulgada por um porta-voz nas Nações Unidas. Coreia do Norte afirmou hoje que realizou "com sucesso" um novo teste nuclear, informou a agência estatal de notícias norte-coreana KCNA. De acordo com o governo ditatorial, a nova bomba é mais potente que a utilizada no teste de 2006, que levou o país a sofrer sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

O regime comunista descreveu o teste com um esforço para ampliar "a capacidade nuclear para defesa", mas a explosão causou uma sequência de condenações das principais nações, incluindo a aliada China, que disse se opor "resolutamente" ao teste nuclear.

Lição

O teste nuclear viola, segundo a ONU, a resolução 1.718 do Conselho, estabelecida em 9 de outubro de 2006, cinco dias após o primeiro teste nuclear realizado por Pyongyang, e que exige que Pyongyang abandone os testes de armas nucleares e de mísseis balísticos, assim como o desenvolvimento deste tipo de armamento.

O texto supunha que as sanções econômicas impostas à Coreia do Norte serviriam de impedimento ao acesso a tecnologias do tipo. O teste desta segunda-feira, contudo, foi estabelecido por Japão e Rússia como de potência superior ao de 2006. Um comunicado do próprio governo da Coreia do Norte afirma que a nova bomba é mais potente que a utilizada no teste anterior.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) informou que detectou um sismo de 4,7 graus na escala Richter no país. A estação sismológica russa de Yuzhno-Sajalinsk também confirmou que um tremor de 4,7 graus de magnitude no território norte-coreano às 9h54 da segunda-feira pelo horário de Pyongyang (21h54 de domingo pelo horário de Brasília).

Segundo o instituto russo, o tremor foi "aparentemente" provocado por uma explosão, pois o epicentro foi identificado de maneira muito clara, o que não ocorre em sismos naturais.

Já o sismo de 2006 foi de 3,58 na escala Richter.

Brasil condena teste nuclear da Coreia do Norte

Em comunicado divulgado na tarde desta segunda-feira (25) o governo brasileiro condenou o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte.

"O Brasil expressa a expectativa de que a República Democrática e Popular da Coreia se reintegre, o mais rapidamente possível e como país não nuclearmente armado, ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP). Da mesma forma, o governo brasileiro conclama a RPDC a assinar, no mais breve prazo, o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT) e a observar estritamente a moratória de testes nucleares", diz a nota.A Coreia do Norte afirmou hoje que realizou "com sucesso" um novo teste nuclear, informou a agência estatal de notícias norte-coreana KCNA. De acordo com o governo ditatorial, a nova bomba é mais potente que a utilizada no teste de 2006, que levou o país a sofrer sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).


O regime comunista descreveu o teste com um esforço para ampliar "a capacidade nuclear para defesa"RepercussãoDiversos países, entre eles China, Rússia e Estados Unidos também condenaram o novo teste nuclear subterrâneo realizado pela Coreia do Norte. O Ministério da Defesa da Rússia estimou que a explosão - que provocou um terremoto de magnitude 4,5 na escala Richter - foi comparável às das bombas americanas que destruíram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945.O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, afirmou que o país está "preocupado" e que os testes são "um golpe nos esforços de não proliferação".

Na China, o ministério do Exterior disse em um comunicado que "o governo chinês é contra, de forma resoluta, o teste nuclear da República Democrática Popular da Coreia do Norte".Por sua vez, o presidente americano, Barack Obama, disse a comunidade internacional deve tomar providências contra o que chamou de violação da lei internacional. Segundo ele, a "Coreia do Norte está desafiando diretamente e de forma imprudente a comunidade internacional. O comportamento da Coreia do Norte aumenta as tensões e prejudica a estabilidade no nordeste da Ásia."

terça-feira, 17 de março de 2009

Clodovil tem morte cerebral confirmada; polêmica marcou carreira na TV e na política

O deputado federal, ex-apresentador de televisão e estilista Clodovil Hernandes, 71, teve morte cerebral confirmada por volta das 16h desta terça-feira (17). A informação foi divulgada em entrevista coletiva pelo diretor técnico do hospital Santa Lúcia, Cícero Henrique Dantas Neto. Segundo o diretor técnico, a doação de órgãos foi consentida por assessores do deputado e autorizada pela Promotoria de Justiça. Córnea, rins, válvulas cardíacas e fígado poderão ser doados, mas ainda precisarão passar por uma avaliação. Segundo sua assessoria, Clodovil sempre teve vontade de que seus órgãos fossem doados. O enterro acontece nesta quarta (18) no cemitério do Morumbi, em São Paulo. Nesta terça, o corpo de Clodovil será velado no Salão Negro da Câmara dos Deputados, em Brasília, por cerca de duas horas. Em São Paulo, o corpo também será velado na Assembleia Legislativa."Ele é uma pessoa muito sincera, verdadeira, de boa fé. É uma figura ímpar", afirmou o líder do PSDB na Câmara, deputado Arthur Virgílio. "Sempre fui alvo da generosidade dele."De acordo com informações da Agência Câmara, quem assume o lugar de Clodovil é Jairo Paes Lira, do PTC de São Paulo.As causas da morteClodovil passou mal em casa no domingo (15). O deputado sofreu uma queda em decorrência de um AVC (acidente vascular cerebral). Chegou ao hospital Santa Lúcia, em Brasília (DF), às 8h17 de segunda (16), conduzido pelo serviço médico da Câmara dos Deputados, onde permaneceu em estado grave internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Por volta das 14h15 de segunda, Clodovil chegou a ter uma parada cardíaca que durou cerca de cinco minutos, mas foi revertida pelos médicos. No hospital, os médicos fizeram drenagem de sangue de seu cérebro por meio de um cateter. Nesta terça, foi examinado por duas equipes de médicos antes de ter a morte cerebral confirmada.

A trajetória do deputado Clodovil Hernandes (PR-SP) começou longe de Brasília. Nasceu em 17 de junho de 1937 no município de Elisiário (402 km de São Paulo), na região de São José do Rio Preto (SP). Adotado por um casal de espanhóis, foi educado em um colégio interno por padres católicos.Clodovil tornou-se conhecido, na década de 1960, como estilista de alta costura, rivalizando com Dener Pamplona de Abreu (1936-1978) a atenção para a primeira geração de importantes estilistas brasileiros.

Polêmico e irreverente
Na década de 1980, Clodovil tornou-se uma das principais atrações do "TV Mulher", da Rede Globo. Comandado por Marília Gabriela, o programa também tinha a participação do cartunista Henfil e da sexóloga Marta Suplicy (bem antes de ela seguir carreira política). Muitos anos depois, Clodovil criticaria o projeto de união civil homossexual, apresentado por Marta como deputada federal.No início da década de 1990, foi contratado pela antiga Rede Manchete para apresentar o programa "Clodovil Abre o Jogo". Na televisão, ficou famoso por alguns bordões, entre eles o de pedir para seus entrevistados que "olhassem para a câmera da verdade", para responder a alguma pergunta mais difícil.Em paralelo à carreira na televisão, Clodovil trabalhou como figurinista de teatro, ator e cantor. Em 2001, passou a apresentar o programa "Mulheres" na TV Gazeta. Em 2003, foi contratado para comandar o programa vespertino "A Casa é Sua" pela RedeTV!. No programa, referiu-se à vereadora petista e militante do movimento negro Claudete Alves como "macaca de tailleur metida a besta". A vereadora entrou com uma queixa-crime alegando racismo, que resultou em dois processos criminais no Tribunal de Justiça de São Paulo contra Clodovil.Ainda na RedeTV!, Clodovil foi o alvo preferido das brincadeiras provocativas dos membros do programa "Pânico na TV!", exibido na mesma emissora. A dupla de repórteres Vesgo e Silvio perseguia Clodovil para que ele calçasse as famosas "sandálias da humildade". Cansado das provocações, o apresentador fez um desabafo ao vivo durante o seu programa e, em seguida, abandonou os estúdios da RedeTV!. Dois dias depois, os diretores da emissora decidiram demitir o apresentador.A carreira como deputadoSem espaço na mídia, Clodovil candidatou-se ao cargo deputado federal por São Paulo nas eleições de 2006. Com slogans que faziam referências explícitas a sua homossexualidade ("Vocês acham que eu sou passivo? Pisa no meu calo para você ver...", ou ainda dizendo que seu número era o 3611, porque 24 já era, o negócio era "um atrás do outro"), o ex-apresentador de televisão, então filiado ao PTC (Partido Trabalhista Cristão), recebeu 493.951 votos e foi o terceiro deputado mais votado em todo o Estado, atrás somente de Paulo Maluf e Celso Russomano, ambos do PP (Partido Progressista).Após eleger-se deputado federal, Clodovil trocou o nanico PTC pelo PR (antigo PL), alegando ter sido abandonado pelo partido durante o pleito, não ter recebido material de campanha, nem assessoria jurídica. Acusado de infidelidade partidária, foi absolvido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no último dia 12 de março, por unanimidade. Para os ministros do tribunal, Clodovil sofreu perseguição interna no PTC, condição que permite ao eleito transferir-se para outro partido.Em maio de 2007, o deputado bateu boca no plenário com a deputada Cida Diogo (PT-RJ), durante sessão da Câmara. A discussão teve início quando Clodovil afirmou que "as mulheres ficaram muito ordinárias, vulgares, cheias de silicone" e que as mulheres na atualidade "trabalham deitadas e descansam em pé". Após ser questionado pela parlamentar sobre a declaração, Clodovil afirmou: "Digamos que uma moça bonita se ofendesse porque ela pode se prostituir. Não é o seu caso. A senhora é uma mulher feia". Ao longo de seu mandato, Clodovil foi titular nas comissões de Educação e Cultura e Relações Exteriores e de Defesa Nacional, e suplente na Comissão de Seguridade Social e Família. Seu último foi como titular da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.Entre os projetos que apresentou, há uma PEC que reduz de 513 para 250 o número de deputados federais e cria regras para que nenhuma unidade da federação fique com menos de quatro ou mais do que 30 representantes -em tramitação na Câmara, mas sem chance de avanço.Clodovil também apresentou alguns projetos de lei: quis restringir a exibição de imagens e notícias violentas na televisão durante o horário de almoço, tornar obrigatório o exame de próstata para trabalhadores do sexo masculino com mais de 40 anos e instituir no terceiro domingo de maio o Dia da Mãe Adotiva. Também é de autoria dele um projeto que proíbe a fabricação e comercialização de produtos infantis que reproduzam a forma de cigarros ou similares.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Com 304 votos, Temer é eleito presidente da Câmara; PMDB, dividido, passa a ocupar os dois principais postos do Congresso

Deputado Michel Temer discursa após
assumir a presidência da Câmara

Com a dupla vitória desta segunda-feira (02), de José Sarney (AP) no Senado e Michel Temer (SP) na Câmara, o PMDB volta a ocupar a Presidência das duas casas. Temer obteve 304 votos, contra 129 de Ciro Nogueira (PP-PI) e 76 de Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Assim, o partido, além de controlar a pauta das votações no Parlamento, também fica com o segundo e o terceiro postos na linha de sucessão do presidente da República, depois do vice-presidente José Alencar. É a primeira vez que, na eleição para a presidência das Casas, um mesmo partido ocupa os dois postos desde que Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) conquistou a Presidência da Câmara dos Deputados e Mauro Benevides (PMDB-CE) a do Senado, em 1991, para o biênio encerrado em 1993. O partido, que tem as maiores bancadas nas duas Casas (20 dos 81 senadores e 96 dos 513 deputados), contudo, permanece o que sempre foi, desde o fim do regime militar: mais uma federação de interesses do que um partido político nacional. Interesses regionais fazem com que o partido seja, em alguns Estados, aliado do governo e, em outros, representante da oposição. Apesar de congregar interesses regionais diversos, o PMDB tem feito valer, no Congresso, as maiorias de que dispõe. Frequentemente capaz de pôr parte de sua bancada na base de sustentação dos diferentes governos que assumiram o Executivo, desde 1985, o partido tem feito pelo menos uma das presidências da Casa. Temer vence sua terceira disputa pela presidência. Temer, 68, foi eleito pela terceira vez presidente da Câmara dos Deputados. Ele já presidiu a Casa duas vezes (1997-1998 e 1999-2000). Para se eleger novamente, Temer contou com o apoio de um bloco de 15 partidos (PMDB, PSDB, PT, DEM, PR, PDT, PTB, PV, PPS, PSC, PHS, PT do B, PTC, PRB e PRTB).

Atual presidente do PMDB, cargo que ocupa pela terceira vez seguida, Temer está em seu sexto mandato consecutivo como deputado federal. Foi eleito pela primeira vez para a Câmara em 1986. Dois anos depois, participou da Assembleia Constituinte.

Temer ajudou a manter o PMDB na base governista nos mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Em 2002, apoiou José Serra na campanha presidencial. Com a eleição de Lula, quando já era presidente do partido, articulou a entrada do PMDB no atual governo. No governo paulista, Temer foi secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo por duas vezes. Além disso, foi secretário dos Negócios de Segurança Pública e procurador-geral do Estado. Doutor em direito, Temer leciona Direito Constitucional na PUC-São Paulo. É diretor do IBDC (Instituto Brasileiro de Direito Constitucional).

Propostas

Durante toda a sua campanha, Temer usou como argumento que sua experiência seria fator determinante para a sua vitória. Ele também dizia ter mais facilidade que os outros candidatos de manter um diálogo com o Executivo e melhorar o rito das Medidas Provisórias.

José Sarney é eleito Presidente do Senado Federal do Brasil

O senador José Sarney discursa no Plénário,
após assumir a presidência do Senado.

O senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) é o novo presidente do Senado Federal brasileiro. Ele foi eleito nesta segunda-feira (02) com 49 votos, e permanece no cargo por dois anos. Seu único adversário, Tião Viana (PT-AC), conseguiu 32 votos. A vitória do senador peemedebista no Senado pode influenciar a votação na Câmara, que tem em Michel Temer, presidente do partido, o grande favorito.

O resultado confirma o favoritismo da campanha tardia de Sarney, oficializada pelo partido há menos de uma semana da votação. Com o apoio de última hora do PSDB a Viana, chegou-se a apostar em uma disputa equilibrada, o que não ocorreu. Sarney venceu com folga. Apesar dos apoios oficiais, os dois lados da disputa já contavam com eventuais "traições" de senadores na hora do voto, que foi secreto. O PSDB chegou a ameaçar com punição os que não votassem em Tião Viana. Antes do início da votação, os líderes puderam discursar e anunciar o posicionamento de seus partidos ou bancadas. A maior parte dos que se manifestaram fazia parte do grupo favorável a Viana e destacavam que o candidato traria "mudança" ao Senado. O senador José Agripino Maia (RN), líder do DEM, fez uma defesa sucinta da candidatura de José Sarney, dizendo que ele representaria o "equilíbrio" para o país. Destacou ainda a experiência e a influência do ex-presidente da República. Coube, assim, ao próprio candidato defender sua posição. "Não me chame de velho quem não tem gosto pela inovação", destacou. Ele rebateu um trecho do discurso do seu oponente, no qual Viana, citando o escritor Pedro Nava, dizia que "experiência sem compromisso é como um carro guiado a noite com os faróis para trás". "Nunca andei com os faróis para trás", afirmou o ex-presidente da República. "O espírito público não envelhece. Eu me sinto como um jovem se sente ao assumir responsabilidades", acrescentou. Sarney ressaltou seu compromisso com a aprovação das reformas política e tributária e defendeu o fim do grande volume de medidas provisórias "que achincalha o parlamento". Disse ainda que "nunca foi capacho do governo", ao contrário, sempre foi "protetor e zeloso da minoria". Esta é a terceira vez que Sarney ocupa a Presidência do Senado. Ele também cumpriu os mandatos de 95 a 97 e de 2003 a 2005. Apó agradecer a eleição, Sarney suspendeu a sessão, que deve ser retomada às 16h, para a eleição de outros cargos da Mesa Diretora do Senado.
"Eu não queria"
Na abertura e no encerramento de seu discurso pré-votação, José Sarney destacou que "não desejava" ser candidato à Presidência do Senado, mas que atendeu a uma "convocação" dos colegas. Ao entrar na disputa, ele deixou de fora o atual presidente, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que havia declarado sua vontade de se reconduzir ao cargo. Garibaldi não chegou a cumprir um mandato completo, tendo assumido a presidência da Casa no fim de 2007, depois da renúncia de Renan Calheiros (PMDB-AL).

O novo presidente do Congresso participará ainda nesta segunda-feira de cerimônia com o novo presidente da Câmara dos Deputados e com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. Também conduzirá o processo de escolha dos integrantes da Mesa Diretora do Senado, que têm entre suas atribuições convocar sessões extraordinárias e ditar a pauta do Plenário. Em tese, a distribuição dos cargos entre os partidos deve seguir o critério da proporcionalidade. Na prática, contudo, o que impera são os acordos políticos.Sarney assume a presidência em um momento delicado da vida política da sua família. Sua família sofreu revezes eleitorais na última eleição municipal nos dois Estados em que sua família atua, o Maranhão e o Amapá. Atualmente, seus dois filhos passam por situações delicadas. Sua filha, a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), com problemas de saúde, possui um aneurisma cerebral e, por causa dele, deve fazer uma cirurgia delicada nas próximas semanas. Enquanto isso, irá a julgamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o mandato do governador maranhense Jackson Lago (PDT), acusado de uso da máquina do Estado em seu favor. Caso Lago seja cassado, Roseana deve assumir como a nova governadora do Estado. Ela foi a segunda colocada no pleito estadual de 2006. Já o seu filho, o empresário Fernando Sarney, é alvo de investigações da Policia Federal na Operação Boi Barrica. Sua empresa é suspeita de formar caixa dois utilizados nas eleições de 2006. O mandato de Sarney no Senado acaba em 2010 quando, se quiser continuar no cargo, terá de se submeter a uma nova eleição.
Trajetória Política
José Sarney de Araújo Costa, maranhense da cidade de Pinheiro, teve seu primeiro mandato como deputado federal em 1958, pela UDN. Em 1966, foi eleito governador do Maranhão. Nesta ocasião, foi tema do documentário "Maranhão 66", dirigido pelo cineasta Glauber Rocha.Sua família e seus aliados foram eleitos seguidamente no Estado desde então, sendo este processo interrompido somente em 2007, com a eleição de Jackson Lagopara o governo do estado. Em 1971, foi eleito Senador pela ARENA. O partido dava sustentação à ditadura militar. Com o fim do bipartidarismo, a Arena virou PDS. Sarney deixaria o partido para disputar a vice-presidência pelo PMDB, na chapa de Tancredo Neves. O mandato de 1971 foi o primeiro de cinco - os dois primeiros foram como representante do Maranhão, e os três mais recentes, iniciados em 1991, pelo Amapá. Sarney foi eleito indiretamente vice-presidente de Tancredo Neves. Com a morte de Tancredo, em 1985, assumiu a Presidência da República, onde esteve até 1990. Sua passagem pelo Palácio do Planalto foi marcada pelos planos para conter a alta inflação (Cruzado, Bresser e Verão) e pela moratória da dívida externa. Quando se refere aos seus tempos como presidente, Sarney costuma lembrar da sua importância no processo de redemocratização do país.

Na década de 1990, Sarney esteve ao lado dos presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Atualmente, ele faz parte da base governista e é aliado do presidente Lula. Porém, o petista não apoiou Sarney formalmente na atual disputa, como havia feito em 2003.

Dono de emissoras e escritor

A família Sarney controla o Sistema Mirante de Comunicações. Dele, fazem parte três emissoras afiliadas da Rede Globo no Maranhão. Rádios e jornais impressos também fazer parte do conglomerado. O senador também é colunista semanal no jornal Folha de S. Paulo. Além da carreira como político, Sarney é escritor e membro da Academia Brasileira de Letras. Em 1980, Sarney assumiu a cadeira de número 38 da ABL. Ele é o mais antigo dos atuais membros da ABL. Sarney também é reconhecido pela sua hipocondria assumida e por algumas superstições, como sair sempre pela porta onde entrou com medo de se perder do seu anjo da guarda.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Em disputa acirrada, Barack Obama é eleito presidente dos Estados Unidos



O senador democrata Barack Obama foi eleito, nesta terça-feira, presidente dos Estados Unidos, e será o primeiro negro a assumir o cargo na história do país. Ele herdará do atual presidente, George W. Bush, um legado de crise econômica e conflitos militares em países como Afeganistão e Iraque.

Obama já conquistou, pelo menos, 349 votos no Colégio Eleitoral que definirá o novo presidente, superando a marca dos 270 votos necessários para garantir a vitória. O principal adversário do democrata, o republicano John McCain, conquistou pelo menos 163 votos.

Obama fez o
discurso da vitória por volta das 3h (horário de Brasília), em Chicago, cidade onde construiu sua carreira política. “Se há alguém por aí que ainda duvida que os Estados Unidos são o lugar onde todas as coisas são possíveis; que ainda se pergunta se o sonho dos pais de nossa nação está vivo em nossos tempos; que ainda questiona o poder de nossa democracia, hoje à noite veio a resposta”, afirmou o democrata.
Mas o democrata também foi precavido. "Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas."
“A estrada que temos adiante será longa. Nossa escalada será íngrime. Nós não vamos chegar lá em um ano ou mesmo em um mandato, mas, Estados Unidos – eu nunca estive mais esperançoso do que hoje à noite de que nós vamos chegar lá. Eu prometo a vocês – como povo, chegaremos lá", afirmou.


O novo presidente pediu apoio de todos os americanos para construir um país melhor. O convite se estendeu aos eleitores de John McCain: "Eu posso não ter ganho seu voto, mas escuto a sua voz, preciso da sua ajuda, e serei seu presidente também", disse, para uma platéia que não se cansava de repetir o slogan da campanha democrata, "Yes we can" ("sim, nós podemos").

McCain reconheceu a derrota em um pronunciamento em sua base eleitoral, a cidade de Phoenix, no Estado do Arizona, após uma conversa telefônica com Obama. “O povo americano falou, e falou claramente”, disse.
“O senador Obama e eu apresentamos nossas diferenças e ele prevaleceu. Não há dúvida de que muitas dessas diferenças persistem. Estes são tempos difíceis, e eu prometi a ele nesta noite fazer tudo que estiver ao meu alcance para ajudá-lo a guiar-nos em meio aos inúmeros desafios que enfrentamos.”

Vitória em Estados-Chave

De acordo com as projeções, Obama conseguiu o apoio da maioria dos Estados que deram respaldo aos democratas nas eleições presidenciais de 2004 e conquistou pelo menos seis Estados que haviam ficado com os republicanos naquela ocasião.
Entre os triunfos mais significativos do democrata estariam os Estados de Ohio, Flórida, Colorado e Pensilvânia. Além desses Estados, ele teria vencido em Vermont, New Hampshire, Illinois, Delaware, Massachusetts, Maryland, Nevada, Connecticut, Maine, Nova Jersey, Michigan, Minnesota, Wisconsin, Nova York e Rhode Island.
McCain, por sua vez, teria vencido pelo menos em Kentucky, Carolina do Sul, Oklahoma, Tennessee, Arkansas, Alabama, Kansas, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Wyoming, Georgia, Louisiana, Virginia Oriental, Texas, Mississippi e Utah.
Em Ohio e na Flórida, as mais recentes pesquisas de intenção de voto indicavam uma disputa muito apertada entre Obama e McCain. Pensilvânia e Colorado eram também considerados Estados-chave por serem populosos e não terem um eleitorado firmemente alinhado nem com os democratas nem com os republicanos.


Todas as indicações são de que as eleições tiveram um comparecimento recorde dos eleitores às urnas, num país em que o voto não é obrigatório.
Vários Estados considerados cruciais nesta eleição – entre eles Ohio e Missouri – informaram que houve um alto comparecimento e houve longas filas do lado de fora de centros de votação durante o dia.
A expectativa era de que 130 milhões de americanos votassem. Outros 29 milhões de eleitores votaram antes da terça-feira. Se o número se confirmar, esta terá sido o pleito americano com maior participação de eleitores desde 1960.
As autoridades no Missouri – um Estado que há anos costuma eleger o candidato que no final acaba conquistando a Casa Branca – informaram que o comparecimento foi “sem precedentes”. Em Ohio, a expectativa era de que 80% dos inscritos fossem às urnas.
Era Bush


Duas guerras, uma crise econômica e um rombo de mais de 10 trilhões na dívida pública do governo. É esse o cenário que Bush vai deixar para seu sucessor.
Bush chegou ao poder em 2000, após vencer o democrata Al Gore em uma controversa eleição, que foi decidida pela Suprema Corte após problema de recontagem nas urnas da Flórida.

O ano de 2001 foi o ponto de virada no mandato de Bush, após os atentados de 11 de setembro. Ao final daquele mês, quando a população americana ainda se esforçava para entender o que havia acontecido, o presidente chegou a ter 90% de aprovação segundo a pesquisa Gallup, um recorde histórico. Oito anos depois, a mesma pesquisa apontou que Bush bateu outro recorde, mas desta vez por causa da baixa taxa de aprovação, com 73% da população reprovando sua administração.

E, como disse o próprio Obama, "uma nova era está nascendo apartir de agora...".